Quadril

O que é?

O Impacto Femoroacetabular (IFA) é uma doença que muda o formato e o funcionamento da cabeça do fêmur, podendo desgastar leve ou severamente a articulação responsável pelo funcionamento do quadril ou até mesmo comprometer totalmente a cartilagem.

Essas alterações são pequenas deformidades ósseas com surgimento na cabeça do Fêmur que podem lesionar o acetábulo, auxiliador da flexão e rotação interna. A doença ainda é responsável pela maior parte das artroplastias de quadril.

Existem três tipos de lesões, divididas entre Cam (o mais comum, que ocorre na cabeça do fêmur), Pincer (ocorre no acetábulo e é mais encontrado em mulheres) e Misto (quando a proeminência é encontrada em ambos).

Quais as causas?

A cabeça do fêmur é esférica e projetada sob medida para o acetábulo, que funciona como um encaixe. Quando essas proeminências surgem, elas causam o impacto e podem triturar a cartilagem interior do acetábulo. Em alguns casos, durante a infância, pode ocorrer o desenvolvimento incompleto do acetábulo ou anormal da cabeça do fêmur, o que possivelmente desencadeará a doença futuramente.

Contudo, outras doenças e lesões podem contribuir para o surgimento do IFA, como fraturas do fêmur ou do acetábulo que tenham cicatrizado com deformidades, tumores benignos ou osteotomias e artroplastias de quadril.

Apesar de poder ocorrer em qualquer pessoa, esse tipo de lesão é comumente observado em homens jovens, atletas e na faixa etária entre 20 e 55 anos, como no caso do tenista Gustavo Kuerten, que precisou até mesmo abandonar a carreira por conta disso. Vale salientar que estudos recentes indicam que o impacto femoroacetabular pode contribuir para o surgimento da artrose (também conhecida como osteoartrose) de quadril.

Quais os sintomas?

Os sintomas mais comuns são a dor no quadril, dor no glúteo e na virilha; ela pode ser confundida com dores musculares ou tendinosas, redução dos movimentos do quadril, diminuição da performance no caso de atletas, dificuldade em realizar uma série de movimentos simples, como cruzar as pernas, entrar e sair do carro, dificuldade em agachar-se ou mesmo de realizar alongamentos.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é realizado pelo médico especialista em quadril, onde ele irá se basear em uma série de fatores, como no histórico médico e familiar do paciente, nos sintomas apresentados por ele, na rotina diária do paciente e pelo exame físico, que é constituído de uma série de movimentos segurando o joelho dobrado para dentro e girando-o no sentido do ombro contrário.

No caso dos três tipos de lesões (Cam, Pincer e misto) o processo de identificação é o mesmo, mas para distingui-los, são feitos vários exames, como Raios X, tomografia computadorizada ou ressonância magnética.

Quais são os tratamentos?

Os tratamentos para doenças ortopédicas são divididos entre tratamentos convencionais (também chamados de conservadores) e tratamentos cirúrgicos. No tratamento conservador do impacto femoroacetabular, é necessário realizar uma mudança da rotina diária, muito indicada para pacientes jovens e ativos e quando a lesão é mínima. Medicamentos anti-inflamatórios, analgésicos e fisioterapia também são recomendados.

Contudo, quando as lesões não forem possíveis de tratar por meio do tratamento conservador, a cirurgia se faz necessária. A maioria dos casos é operada por meio de artroscopia, um procedimento simples e pouco invasivo feito com pequenas incisões. Ainda assim, alguns casos mais graves podem requerer uma cirurgia aberta (como osteoplastias ou osteotomias) ou até mesmo a substituição articular (artroplastia de quadril), quando a lesão estiver em um estágio avançado.

Informações de recuperação e pós-operatórias

Após a cirurgia, é necessário realizar o uso de muletas – geralmente por cerca de duas a seis semanas – de acordo com a gravidade da lesão e o tipo de cirurgia realizada. Uma série de programas de reabilitação, reforçados com fisioterapia, devem ser realizados. Deve-se lembrar que o tipo de cirurgia deve ser recomendada pelo médico e ponderada por ele com o paciente.

Responsável Técnico

Dr Sergio Kishio Morioka - CRM 44853
Bacia - Quadril – Joelho
Cargo na clínica