O que é?
O tendão é um cordão fibroso importante para manter o equilíbrio do corpo. Unidos a ossos e ligamentos, eles transferem a força dos músculos para os ossos. O tendão calcâneo liga a panturrilha (tríceps sural) ao calcâneo e graças a ele é possível saltar e ficar na ponta dos pés.
Tendinite no calcâneo é a inflamação do tendão calcâneo, popularmente conhecido como tendão de Aquiles. Por isso também pode receber a denominação de tendinite de Aquiles.
A tendinite provoca a degeneração e micro-rupturas do tendão, podendo levar ao rompimento deste.
Quais as causas?
A maioria dos casos de tendinite do calcâneo são causados em decorrência de treinos intensos com excesso de carga praticado durante atividades esportivas. Essa sobrecarga aumenta a tração do tendão, podendo provocar micro-rupturas do mesmo.
As alterações biomecânicas e de pisada como a pronação e a supinação podem provocar um desalinhamento dos pés, o que pode levar à degeneração do tendão.
Outras causas também podem levar à tendinite do calcâneo e conseqüente degeneração do tendão como a prática de corridas em subidas, o uso de calçados inadequados, os traumas repetitivos e o sobrepeso.
Qual é o grupo de risco?
Dentre as pessoas que apresentam a tendinite do calcâneo, cerca de 70% dos casos se manifestam em pessoas que praticam esportes.
O principal grupo afetado é formado pelos praticantes de corrida. Além deles, praticantes de outras modalidades onde há uma maior realização do movimento de saltar e a corrida como o futebol, o tênis e o vôlei podem desenvolver a tendinite do calcâneo.
Pessoas de diversas faixas etárias podem apresentar a lesão, mas atingem principalmente as pessoas mais jovens.
Apesar de a tendinite acometer principalmente os praticantes das modalidades citadas acima, pessoas que praticam caminhadas também podem ter a tendinite do calcâneo.
Quais os sintomas?
O principal sintoma relatado é a dor no calcanhar. Essa dor pode ser aguda e ter um início súbito, ocorrendo geralmente após o término da prática esportiva. Além disso, o paciente também pode apresentar dor no pé.
A dor pode se apresentar ao se realizar alongamento ou ao ficar na ponta do pé e pode ser sentida quando ocorre a palpação do tendão e da panturrilha. O paciente pode apresentar dor muscular na panturrilha bem como apresentar um quadro de rigidez, principalmente no período da manhã. Em muitos casos o indivíduo apresenta um inchaço no local.
Outros sintomas relatados são a redução da movimentação do tornozelo e a dificuldade para retirar o calcanhar do chão, o que é mais comum nos casos onde ocorre a ruptura do tendão.
Quando a tendinite do calcâneo se torna crônica, a pessoa apresenta um quadro de dor que aparece logo no inicio da prática esportiva e que não melhora mesmo após a sua finalização.
Como é determinado o diagnóstico?
O diagnóstico deve ser realizado pelo médico e consiste no histórico do paciente, além do exame físico.
Ao exame físico o médico deverá identificar o local da dor e observar sinais de inflamação no local. Ele também deve avaliar se há o espessamento do tendão e alterações de sensibilidade.
Além disso, devem ser realizados testes específicos que permitam um diagnóstico mais preciso, como a elevação do calcanhar por várias vezes, sendo que deve ser realizado em uma perna de cada vez. Outro movimento que pode ser solicitado ao paciente é que o mesmo pule em uma perna só e na ponta do pé.
O médico deve examinar o pé durante o movimento de caminhar e observar se há alterações do mecanismo de pisada, como a pronação.
Na grande maioria dos casos somente o exame físico já é o suficiente para se diagnosticar a tendinite do calcâneo, mas em alguns casos o médico pode solicitar a realização de exames de imagem como o raio-x e a ressonância magnética, com a finalidade de se avaliar melhor o quadro e descartar a existência de outras doenças que podem apresentar sintomas semelhantes, como a fascite plantar e o entorse de tornozelo.
Determinado o diagnóstico, qual o tratamento mais indicado?
O tratamento mais indicado é o conservador. O médico pode prescrever o uso de antiinflamatórios e analgésicos para a melhora do quadro de dor, que em alguns casos pode ter uma duração de 2 a 3 meses.
É indicado que o paciente faça compressas de gelo no local, o que também auxilia na melhora do processo inflamatório, além de colocar a perna sobre um travesseiro.
A fisioterapia é indicada e deve ser realizada com a finalidade de promover o alongamento e fortalecimento da panturrilha, além de auxiliar na melhora do quadro de dor, melhorar o equilíbrio, a mecânica do movimento e corrigir os casos de desalinhamento dos pés. O tratamento com ondas de choque também pode ser indicado.
O indivíduo deverá evitar a prática de atividades esportivas onde se utilize mais os pés. O uso de palmilhas auxilia no posicionamento dos pés e por isso o médico pode sugerir o seu uso.
Em alguns casos é indicado o uso de aparelho gessado e a realização de acupuntura, que auxilia na melhora do quadro inflamatório.
Tratamento cirúrgico
O tratamento cirúrgico é indicado nos casos onde não houve melhora do quadro após no mínimo 6 meses de tratamento. A cirurgia tem como objetivo retirar as partes lesionadas e reconstruir o tendão e o período de recuperação pode ser demorado e doloroso.