O que é Síndrome do Impacto?
A Síndrome do Impacto no ombro é uma doença inflamatória degenerativa comum em indivíduos adultos acima dos 40 anos, podendo também afetar os jovens. O seu surgimento decorre do uso excessivo do membro superior em elevação durante algumas atividades esportivas e profissionais.
Como consequência o paciente apresenta dor no ombro e dificuldade na movimentação realizada durante as tarefas cotidianas.
Essa dificuldade ocorre pela diminuição da função articular do ombro, causada por uma lesão do manguito rotador, que é uma das estruturas que constituem a articulação.
Quais as causas da doença?
A doença pode ser causada pela atividade excessiva da articulação em flexão anterior - que é o movimento de elevação do braço a frente e geralmente acima de 90 graus - ou em abdução - que é o movimento de elevação lateral - em decorrência de fatores como o movimento realizado durante determinados trabalhos e atividades esportivas, como por exemplo o carregamento de cargas excessivas, vibrações por longos períodos e elevação do membro superior em movimentos repetitivos. Além desses fatores, a formação anatômica do indivíduo também pode levar ao desenvolvimento da síndrome.
Essa atividade excessiva da articulação faz com que ocorra uma instabilidade nas estruturas que constituem a mesma, como músculos, tendões e ligamentos. Dentre essas estruturas temos o manguito rotador, grupo muscular responsável por estabilizar a articulação e que, sob estresse por movimentos repetitivos, leva a um impacto da estrutura e conseqüente desenvolvimento de um quadro de tendinite do manguito rotador ou em casos mais severos, rompimento parcial ou total do mesmo.
Quais são os grupos de risco?
Fazem parte do grupo de risco atletas que utilizam em excesso a articulação do ombro como nadadores, jogadores de vôlei e tênis. Profissionais que exercem movimentos repetitivos como pintores e professores também fazem parte desse grupo.
Quais são os sintomas?
Os sintomas mais frequentes são dor no ombro, dor ao levantar o braço e consequente diminuição da função articular, independente da fase da doença. Outros sintomas, como hemorragia, inchaço no ombro e tendinite do manguito rotador podem estar presentes.
Nos casos mais avançados pode ocorrer o rompimento parcial ou total do manguito rotador juntamente com alterações ósseas. Nesses casos o paciente apresenta dor e diminuição da força no braço.
A intensidade da dor pode variar se houver inflamação de tecidos adjacentes, se apresenta aumentada no período noturno devido ao relaxamento muscular e se agrava após esforço.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico deve ser realizado pelo médico ortopedista especialista em ombro e baseado no histórico do paciente e em exames físicos e de imagem.
No exame físico é realizada a palpação do ombro e solicitado que o paciente faça algumas manobras para avaliar se o mesmo apresenta queixa de dor durante a movimentação e também para verificar a amplitude de movimento e a força muscular.
Além do exame físico, o médico pode solicitar exames complementares de imagem, como o raio-X, a ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética.
Esses exames são solicitados para se identificar lesões do manguito rotador, alterações ósseas e tendinopatias, como a bursite.
Quais são os tipos de tratamento?
O tratamento tem como finalidade aliviar os sintomas. Para isso são indicados tratamentos a base de analgésicos para a diminuição da dor, antiinflamatórios e repouso do membro afetado.
Além disso, é indicado o tratamento fisioterápico, que deve ser realizado juntamente com o tratamento medicamentoso e é de extrema importância em todas as fases da doença, melhorando o quadro de dor, a amplitude dos movimentos e aumentando a força muscular, e podendo levar à recuperação da função normal da articulação.
A cirurgia só é indicada nos casos onde não houve melhora do quadro mesmo após o tratamento.Tem como objetivo fazer correções ou remoções ósseas, levando ao aumento do espaço entre as estruturas da articulação, e reconstrução dos tendões. Pode ser realizada por via aberta e por videoartroscopia, sendo esta a via que proporciona uma recuperação mais rápida em relação à via aberta.
Informações de recuperação e pós-operatório
Nos casos onde não há a necessidade de procedimento cirúrgico, o paciente pode se recuperar após tratamento de três a seis meses. Já o tratamento pós-operatório constitui em reabilitação fisioterápica para a restabilização da articulação do ombro por meio de exercícios de aquisição de força e posteriormente, por exercícios de fortalecimento, que devem ser iniciados após três a seis semanas pós cirurgia.