Ombro

 

O que é a luxação acromioclavicular?

A luxação acromioclavicular é um tipo de lesão bastante delicada que ocorre nos ligamentos que existem entre a clavícula e o acrômio, no ombro. Geralmente causa intensa dor na clavícula e, dependendo do grau da lesão, é possível notar um deslocamento ou protuberância no osso do ombro.

O ombro é formado por três ossos: escápula ou omoplata; úmero (osso do braço); e a clavícula – sendo o acrômio uma parte da escápula, localizado no segmento superior do ombro.

O ligamento chamado de acromioclavicular, onde ocorre a luxação, é o responsável não apenas por unir a clavícula ao acrômio e mantê-los juntos, mas também por envolver a cápsula articular – uma espécie de saco que envolve toda a articulação e que a mantém lubrificada com a ajuda do líquido sinovial.

Além do ligamento acromioclavicular, a articulação do ombro é formada por outros também bastante importantes ligamentos, que podem ou não estar envolvidos na luxação.

A luxação do ligamento acromioclavicular, geralmente causada por algum tipo de trauma na parte de trás do ombro, pode acabar prejudicando a articulação de diferentes maneiras, dependendo da gravidade da lesão e dos ligamentos que foram atingidos. Por isso, a luxação acromioclavicular pode ser classificada em 5 diferentes graduações – indo desde uma lesão leve, onde ocorre apenas o estiramento do ligamento, sem nenhum desvio da clavícula; até os tipos 4 e 5 onde todos os ligamentos e musculatura ao redor da clavícula e acrômio são comprometidos, levando a um maior desvio da clavícula.

Quais as causas?

A luxação acromioclavicular pode ser causada por diferentes tipos de traumas. O mais comum deles é a queda sobre o ombro, podendo ou não ser de alturas elevadas. O que ocorre é que, quando o ombro atinge o solo, a força da queda acaba empurrando a escápula para baixo e, como a clavícula não tem tanta mobilidade quanto a escápula para acompanhá-la, acaba sobrando para os ligamentos – que sofrem primeiro um estiramento ou alongamento e, em casos mais graves, podem chegar até mesmo sofrer um rompimento.

Esse tipo de trauma costuma ser mais frequente na prática de esportes como judô, jiu-jitsu, ciclismo ou até mesmo futebol.

Quais os sintomas?

Além da dor na clavícula, que costuma aparecer logo no momento do trauma, pode ser possível notar certo inchaço e ainda uma deformidade ou protuberância do osso na região mais lateral da clavícula, no ombro, de maneira que o osso pareça mais alto – sintoma conhecido popularmente como “sinal do cabide”.

O paciente pode também sentir dificuldade para mover o ombro e podem surgir hematomas na região, provenientes do impacto na hora do trauma.

Diagnóstico

O diagnóstico da luxação acromioclavicular é bastante importante para avaliar a gravidade da lesão e decidir a melhor maneira de seguir com o tratamento. É imprescindível que o paciente procure por um médico ortopedista logo após o trauma, a fim de evitar consequências ainda mais graves.

No próprio consultório, o médico deve solicitar informações sobre o trauma, a dor, o passado de lesões no ombro, entre outros detalhes do histórico do paciente que pareçam relevantes. Depois da entrevista e do exame físico, em que o médico tentará sentir e testar a instabilidade do ombro, costuma-se realizar um exame de imagem que consiga confirmar o diagnóstico e verificar o grau da luxação.

A luxação pode facilmente ser vista tanto por radiografias quanto por ressonâncias magnéticas.

Como tratar a luxação acromioclavicular?

O tratamento vai depender totalmente do diagnóstico da lesão. Tipos 1 a 3 da lesão costumam ser tratados de maneira convencional, com o uso de medicamentos anti-inflamatórios para aliviar a dor, aplicação de gelo e uso de tipoia por até duas semanas. Nesse momento, o tratamento com frio para lesões também pode ser bastante útil.

Já nas lesões classificadas como 4 ou 5, na maioria das vezes, é necessário algum tipo de intervenção cirúrgica por método aberto ou artroscópico, a fim de reduzir e estabilizar a clavícula. Se for este o caso, o médico deve orientar o paciente de maneira que ele se sinta seguro com a decisão e com o procedimento a ser realizado.

Tanto nos tratamentos convencionais quanto nos cirúrgicos, porém, a fisioterapia é sempre amplamente recomendada durante a fase de recuperação. É essencial que sejam iniciados, assim que possível e liberado pelo médico, conjuntos de exercícios que ajudem a fortalecer a musculatura e toda a articulação do ombro (claro que sempre sob a orientação do profissional). Essa medida ajudará o paciente não apenas a retomar as suas antigas atividades esportivas e físicas diárias, devolvendo sua qualidade de vida, mas também na prevenção de uma nova lesão ou complicações ainda piores.

Outras informações

É importante saber que, em longo prazo, quando não há o tratamento adequado, a luxação acromioclavicular pode acabar trazendo dificuldades permanentes na hora de realizar atividades físicas ou esportivas que envolvam o movimento do ombro, além de gerar diminuição de força.

Outra consequência comum é a discinesia da escápula, uma alteração nos movimentos do osso que costuma ser bastante dolorida.

 

Responsável Técnico

Dr Sergio Kishio Morioka - CRM 44853
Bacia - Quadril – Joelho
Cargo na clínica