Ombro

O que é?

De todas as articulações existentes no corpo humano o ombro é a articulação com maior amplitude de movimentos e por isso é considerada uma das mais instáveis.

Essa instabilidade, denominada de instabilidade glenoumeral, é caracterizada pelo escorregamento da cabeça do úmero para fora da cavidade gleinodal, que ocorre geralmente durante a prática esportiva.

Essa instabilidade pode levar a uma luxação no ombro ou ombro deslocado, que é a perda total do contato articular, ou de uma subluxação, quando há uma perda parcial do contato articular mas que pode retornar à posição inicial após o deslocamento do mesmo.

Quanto à localização, a instabilidade glenoumeral pode ser classificada como anterior (maioria dos casos), posterior, inferior e multidirecional. Também pode ser aguda, recorrente ou recidivante, e crônica.

Quais as causas?

A instabilidade glenoumeral geralmente é causada por traumas diretos decorrentes da ação de uma força violenta sobre a articulação, levando à lesão do labrum, ligamentos e cápsula articular. O trauma também pode decorrer de uma queda sobre o braço em extensão, abdução ou rotação externa.

Além dos traumas, a instabilidade pode estar associada a fraturas. Entretanto, em alguns casos a instabilidade pode ser atraumática.

Qual é o grupo de risco?

O grupo de risco mais importante é formado por homens com idade inferior a 20 anos e que praticam esportes como artes marciais, handebol, basquete, entre outras. Apesar deste grupo ser o mais acometido pela instabilidade glenoumeral, praticantes de esporte em outras faixas etárias também podem ser afetados.

Os indivíduos que apresentam um histórico familiar podem apresentar a instabilidade, bem como aqueles que têm mais de 45 anos de idade. Nesses casos, a instabilidade geralmente está associada a outras lesões que podem acometer a articulação, como a lesão do manguito rotador e artrose no ombro.

Quais os sintomas?

Quando ocorre a instabilidade glenoumeral o paciente apresenta como sintomas um quadro de dor intensa, além da incapacidade de movimentar o braço.

Esses sintomas podem ser mais ou menos intensos de acordo com a lesão, que pode ser uma luxação, quando há a perda total do contato da cabeça do úmero com a cavidade gleinodal, ou uma subluxação, quando há uma perda de contato parcial da cabeça do úmero e da cavidade gleinodal.

Como é determinado o diagnóstico?

O diagnóstico deve ser feito pelo médico ortopedista. Ao exame clínico deve ser realizada uma anamnese, onde se obtém informações sobre histórico do paciente como o tipo de modalidade esportiva praticada, se o trauma ocorreu durante a prática da atividade ou não e se houve lesão prévia na articulação do ombro, o que pode indicar uma recidiva de lesão.

No exame físico deve ser feita uma comparação do ombro acometido com o outro que se encontra normal. Além disso, o médico poderá realizar manobras específicas, que são testes para avaliação da direção da instabilidade, e que permitem a avaliação da deformidade, se há limitação dos movimentos e qual a extensão dessa limitação, além de identificar a presença de atrofia muscular.

Exames complementares devem ser solicitados, como o raio-x, que permite identificar a presença de fraturas e mostra a direção da luxação. A ressonância magnética convencional ou a artro-ressonância com contraste podem ser solicitadas pois permitem identificar lesões do labrum, da cápsula articular, dos tendões, músculos e ossos.

Determinado o diagnóstico, qual o tratamento mais indicado?

Quando a lesão for de causa atraumática deve ser realizado o tratamento conservador onde, após o médico colocar o ombro no lugar por meio de redução, o paciente deverá manter imobilização por meio da utilização de tipóia simples pelo período médio de duas semanas. Pode ser indicado também o uso de medicamentos analgésicos e antiinflamatórios.

Após o período de imobilização é indicado o tratamento fisioterápico, que visa o fortalecimento da musculatura, o que melhora a estabilidade da articulação.

Tratamento cirúrgico

Quando não há melhora com o tratamento conservador e nos casos onde houver luma lesão maior de ligamento ou recidiva, é indicado o tratamento cirúrgico. A técnica a ser realizada deve ser definida pelo médico, mas o procedimento considerado como padrão ouro é a artroscopia. Após a cirurgia, o paciente deverá utilizar a tipóia por 3 a 4 semanas. Após esse período deve ser iniciado o tratamento fisioterápico.

O retorno às atividades diárias se dá aproximadamente após 3 a 4 semanas pós cirurgia e o retorno às atividades físicas deve ocorrer após aproximadamente 4 meses.

Responsável Técnico

Dr Sergio Kishio Morioka - CRM 44853
Bacia - Quadril – Joelho
Cargo na clínica