Mão

Uma rara doença que afeta as pessoas é a sindactilia. Problema genético que “cola” os dedos das mãos ou dos pés, a doença é de fácil tratamento e diagnóstico. Passível de descobrimento desde a terceira semana de gestação, o problema pode estar associado a outras síndromes, embora, não seja uma condição obrigatória para o seu surgimento.

Compreender seu significado e surgimento é o primeiro passo para procurar tratamento adequado de especialistas e evitar que a doença atinja, de maneira séria, seu portador e comprometa sua mobilidade/crescimento. Para que não existam mais dúvidas sobre o assunto, confiram um compilado de informações para compreender melhor suas causas, efeitos e como tratar o problema.

O que é?

O nome “sindactilia” é uma palavra derivada do grego onde, syn quer dizer “junto” e dactyl significa “dedos” ou “dígitos”. Dessa maneira, sindactilia pode ser caracterizada como uma malformação congênita, assim como a polidactilia, muito rara que afeta mais aos homens do que as mulheres. Esse tipo de acontecimento é mais comum nos membros e pode ser dividido em duas classes:

- as mais simples, quando acontecem em tecidos considerados moles (cutânea);

- as complexas, quando ocorrem em ossos dos dedos e unhas (sinostose).

As ligações, de maneira geral, vão até a primeira articulação do dedo, mas, em alguns casos, podem ocorrer em toda sua extensão. Como toda malformação ela não possui um padrão, podendo afetar uma ou as duas mãos/pés.

Quais as causas?

A sindactilia, como citado, é uma falha de diferenciação, não sendo causada por nenhum fator externo. A separação dos dedos, genética e cronologicamente falando, acontece durante a sexta e oitava semanas de desenvolvimento do embrião. Não se sabe o motivo exato para não haver essa separação, sendo atribuído a alterações genéticas ou anormalidades herdadas dos pais, por exemplo.

Embora a doença seja, em grande parte, um mistério para a medicina moderna, pode-se afirmar algumas coisas sobre a doença, como ela pode ser hereditária ou pode surgir com outras alterações genéticas, como:

Síndrome de Apert: gera problemas no crânio, face e possui a sindactilia como um de seus sintomas;

Síndrome de Carpenter: além da sindactilia, apresenta a branquidactilia, que é outra doença relacionada aos dedos sendo que, esta, é caracterizada por alguns dedos serem mais curtos do que outros;

Síndrome de Cornelia de Lange: problema reconhecido pelo atraso motor, além de outras malformações, incluindo a sindactilia.

É importante deixar claro que: a sindactilia pode acontecer sozinha, independente de vir com outras síndromes. Quando sozinha, o tratamento é mais fácil e simples.

Quais os sintomas?

A malformação é caracterizada pela fusão de dois ou mais dedos, não gerando outros sintomas aos afetados além desse. Em sua forma mais comum, a doença afeta o segundo e o terceiro dedo da mão ou do pé, apresentando fusões que precisam ser separadas por médicos especialistas.

Um famoso caso de sindactilia simples é o do ator americano Ashton Kutcher, que possui o segundo e o terceiro dedos levemente colados. Destaca-se que ele não precisou operar o pé para corrigir o problema já que não afetava sua mobilidade.

Os casos mais complexos da doença juntam os tecidos moles e duros de outros dedos, o que pode acarretar problemas nas tarefas do indivíduo. Em casos graves é possível que se desenvolva a polidactilia (doença semelhante à sindactilia, mas ao invés de nascer com partes do corpo fundidas, a criança nasce com mais dedos do que o normal). Em casos assim, é importante realizar a cirurgia de mão para possibilitar que não permaneçam sequelas nos indivíduos afetados pelo problema.

Como é determinado o diagnóstico?

O diagnóstico pode ser feito aos três meses, ainda no útero, através de um ultrassom morfológico ou no nascimento. Vale ressaltar que, o ultrassom citado, permite visualizar o bebê dentro do útero sendo possível detectar problemas de lesão, com exceção às pequenas, que só serão identificáveis após o nascimento.

Ao constatarem o problema, os médicos devem encaminhar os pacientes aos ortopedistas especialistas em mão ou pé para que os procedimentos aconteçam de maneira rápida e segura.

Determinado o diagnóstico, qual o tratamento mais indicado?

O tratamento é a cirurgia de mão ou pé. A recomendação é que esse procedimento aconteça o quanto antes para não atrapalhar no desenvolvimento das crianças. No caso de cirurgia da mão, a ideia é que não prejudique a mobilidade dos dedos e atividades do dia a dia.

A expectativa, também, é que a cirurgia de mão aconteça rapidamente. A ideia aqui é evitar que a criança comece o processo de crescimento e, assim, evitar que o dedo maior cresça e atrapalhe no desenvolvimento do dedo menor, o que pode acontecer no caso do problema se manifestar entre os dedos: polegar e indicador ou anelar e os mindinhos. Ou seja, o quanto antes o processo cirúrgico for feito, menores as chances de problemas futuros esse indivíduo vai ter.

Alguns médicos ortopedistas especialistas em mão garantem que o ideal é que a cirurgia de separação dos dígitos aconteça até os seis meses de idade. Caso o problema se manifeste em outros dedos, a recomendação mais comum é que o processo cirúrgico aconteça entre os 18 e 24 meses de idade.

Quando se fala nos membros inferiores, os ortopedistas raramente indicam a separação, exceto quando a sindactilia aparece no primeiro dedo. Esse fator acontece para evitar a dificuldade em andar, usar sandálias, etc. Na grande maioria dos casos, a doença não é uma contraindicação para a prática de esportes.

Mais Informações

A comunidade médica, no geral, estima que a única maneira de se prevenir a sindactilia é não tomar nenhum medicamento à base de hidantoína durante o período de gravidez. Não se sabe o que provoca a condição para a malformação embrionária, mas ingerir medicamentos com base em hidantoína é um fator de risco que aumenta bastante a possibilidade do surgimento desse problema.

A recomendação é a de procurar, de maneira imediata, um médico assim que a doença for identificada, de preferência, um especialista, para evitar o desenvolvimento motor da criança afetada.

Um médico ortopedista especialista em mão ou em pé são fundamentais para realizar as cirurgias corretivas e, para tanto, é preciso a conscientização no que tange a procura de ajuda médica.

Responsável Técnico

Dr Sergio Kishio Morioka - CRM 44853
Bacia - Quadril – Joelho
Cargo na clínica