Mão

O que é?

A contratura ou doença de Dupuytren é a contratura que ocorre na fáscia palmar e digital em decorrência de uma fibroproliferação do tecido que forma a fáscia.

Podendo também ser denominada como Síndrome de Dupuytren, a contratura é considerada uma doença genética hereditária crônica e benigna.

Ela apresenta um caráter progressivo lento onde no início da doença podem ser observadas pequenas depressões na pele da palma da mão. Com a evolução da doença há o aparecimento de nódulos e cordas na palma da mão. Essas alterações levam a limitação das funções dos dedos, que podem se contrair em direção à palma da mão e dificultam a realização de atividades cotidianas como abotoar camisas e lavar as mãos.

A contratura de Dupuytren pode ocorrer nas duas mãos e estar associada a outros distúrbios, como a fibromatose plantar e Doença de Peyronie.

Quais as causas?

Apesar de não ter um fator causador específico da doença, a contratura de Dupuytren pode resultar de uma combinação de fatores genéticos e ambientais que podem desencadear a doença.

Com relação à genética, a doença de Dupuytren é hereditária e de caráter autossômico dominante com penetrância variável, o que quer dizer que genes diferentes responsáveis pela produção de colágeno ou pela sua destruição podem estar envolvidos, o que resulta na fibroproliferação dos tecidos envolvidos.

Já com relação a fatores ambientais, o tabagismo e o alcoolismo aumentam o risco da manifestação da doença.

Os indivíduos que possuem Diabetes mellitus, principalmente do tipo I, também podem apresentar a doença.

Outros fatores como a epilepsia, uso de medicamentos anti-epiléticos e trabalhos manuais com vibração, podem estar associados ao desenvolvimento da contratura de Dupuytren.

Qual é o grupo de risco?

O grupo de risco é formado pelos indivíduos que apresentam uma predisposição genética para a doença. Com relação ao sexo, homens e mulheres podem ser afetados, sendo que a maior incidência da doença ocorre em homens com idade acima dos 40 anos.

A contratura de Dupuytren é observada com mais freqüência em indivíduos de origem européia ou descendentes de europeus, principalmente da região norte da Europa.

Os indivíduos fumantes e que fazem uso de álcool, além dos diabéticos, também apresentam uma predisposição maior ao desenvolvimento da doença.

Quais os sintomas?

No início da doença de Dupuytren o paciente apresenta um enrugamento da pele da palma da mão, formando pequenas depressões.

O paciente pode notar a presença de um caroço na palma da mão, que na maioria dos casos se localizam próximos a base dos dedos médio e anelar. Este caroço ou nódulo geralmente é indolor, mas alguns pacientes podem relatar um aumento da sensibilidade no local.

Em casos onde houver uma progressão da doença os nódulos podem se transformar em cordas, o que leva à contratura dos dedos para frente, ficando com o aspecto semelhante ao dedo em gatilho. Nos quadros mais avançados o paciente pode apresentar um arqueamento da mão, que se apresenta em forma de garra.

Como é determinado o diagnóstico?

O diagnóstico deve ser realizado pelo médico ortopedista, por meio de exame clínico e físico.

Ao exame clínico devem ser informados os sintomas, se há casos da doença na família e presença de outras doenças que podem estar relacionadas ao desenvolvimento da síndrome de Dupuytren.

No exame físico o médico deverá observar o aspecto da pele da palma da mão do paciente, além de observar a presença e consistência do nódulo que é firme ao toque, com a finalidade de se diferenciar de um cisto sinovial. A presença das cordas também deve ser observada.

A sensibilidade e força da mão devem ser testadas. O médico pode solicitar que o paciente coloque a palma da mão sobre a mesma. Se o paciente não conseguir realizar esse movimento, é um grande indicativo da doença.

Determinado o diagnóstico, qual o tratamento mais indicado?

Os tratamentos mais eficazes para a contratura de Dupuytren são as injeções de corticóides e de colagenase dentro da lesão, pois atuam diretamente no colágeno.

Tanto as injeções de corticóide como a de colagenase apresentam um melhor resultado principalmente nos estágios iniciais da doença, onde não há muita contratura. Em ambos os casos pode haver uma reincidência do quadro.

Outro tratamento indicado é a realização da fasciotomia percutânea associada ou não a injeção de corticóide. Esse procedimento é realizado por meio de uma agulha por via percutânea e permite o rompimento da corda, trazendo ao paciente uma melhora funcional da movimentação dos dedos. A fasciotomia percutânea é indicada para paciente em estágio inicial da doença ou em casos onde há a contra-indicação da cirurgia, podendo haver reincidência da doença.

Tratamento cirúrgico

O tratamento cirúrgico geralmente é indicado para os casos onde há um grau de contratura elevado (acima de 30 graus) e tem como objetivo a melhora da função das mãos.

Varia técnicas podem ser utilizadas como a fasciotomia e fasciectomia radical e segmentar entre outras. O método a ser utilizado deve ser definido pelo médico com base no quadro apresentado pelo paciente.

O método cirúrgico não garante a cura da doença.

Informações de recuperação e curiosidades

No período pós-operatório o paciente pode apresentar edema. Para a melhora do quadro de edema e recuperação da mobilidade é indicada a realização da fisioterapia

Também pode ser indicado o uso de órteses de uso diário ou noturno durante o período de recuperação.

Responsável Técnico

Dr Sergio Kishio Morioka - CRM 44853
Bacia - Quadril – Joelho
Cargo na clínica