O que é?
Como o joelho é uma das estruturas mais importantes de sustentação do peso corporal, ele acaba se tornando extremamente importante em todas as fases da vida. Contudo, durante a infância, pode haver deformidades nele, que ocorrem por conta de más formações na articulação, popularmente conhecidas como “joelho torto” ou “valgismo”.
Um caso curioso de deformidade no joelho era o de Garrincha, o bicampeão mundial de futebol tinha joelho valgo e inclusive era chamado de “Anjo das Pernas Tortas”. No caso dele, a deformidade era composta de uma curvatura de 2,5 cm, considerada normal, por isso o “Mané” não tinha problemas para correr com a bola nos pés.
Quais são as causas da doença?
Durante os primeiros meses de vida, o recém-nascido possui o que a comunidade médica chama de “geno varo” ou “joelho varo” (torto para fora), o que é considerado normal. A partir de um ano de vida, a articulação é convertida em “geno valgo” (joelho torto para dentro) e aos quatro anos alcança seu limite máximo. Com o tempo, o corpo de adapta, corrigindo essas deformidades e se estabilizando aos seis anos.
A deformidade no joelho ocorre nesse período, se dando pela malformação óssea dos pés ou do quadril. O que ocorre, é que para corrigir essas malformações, o joelho é pressionado para manter a postura, desencadeando-as em um ou nos dois joelhos. Outras causas possíveis são doenças como raquitismo e a doença de Blount (perturbações no crescimento do osso chamado tíbia).
Quais indivíduos estão entre o grupo de risco?
Além de recém-nascidos, essas deformações no joelho podem se desenvolver em adultos, sendo notadas em jogadores de futebol, normalmente ocasionadas por conta de uma lesão no ligamento colateral medial, que passa pelo interior do joelho. Em ambos os casos, a deformidade ocorre com mais frequência em mulheres do que em homens e pode piorar com a obesidade.
Quando detectadas na infância, essas malformações tendem a se corrigir antes mesmo da adolescência, mesmo assim, a criança deve ser submetida a uma consulta com um ortopedista especialista em joelho para ele avaliar o estado da articulação.
Quais são os sintomas de deformidade dos joelhos?
Em ambos os casos de valgismo, os sintomas demoram a aparecer. Contudo, quando aparecem, as queixas são compostas por dor aguda dentro do joelho, pressão desigual sobre o joelho, sobrecarga dos pés e desestabilidade da articulação.
Nos casos de deformidade em apenas um joelho, o que é considerado raro, é possível verificar que o paciente tem uma postura anormal da coluna que oscila de um lado para o outro.
Na fase adulta, o valgismo pode causar dor, dificuldade de caminhar, sentar e levantar e também de subir e descer escadas.
Como é feito o diagnóstico?
Para o diagnóstico, o médico se atenta nos sintomas do paciente e realiza um exame físico nele, medindo a distância entre os tornozelos e entre os joelhos, considerando normal somente até 2,5 centímetros de distância. Se ainda houver dúvida quanto ao diagnóstico, o médico pode pedir uma radiografia dos membros inferiores.
Quais os tipos de tratamento?
Existem diversas formas de tratamento conservador para deformidades no joelho, a maioria por meio de órteses, que são aparelhos ortopédicos usados para corrigir a malformação. Também são indicadas sessões de fisioterapia compostas por alongamento e fortalecimento dos músculos envolvidos e também a Reeducação Postural Global (RPG), que é extremamente útil para correção do joelho.
Quando o tratamento conservador não for suficiente, a cirurgia chamada de osteotomia valgizante pode se fazer necessária. A operação é realizada em uma sala com equipamentos cirúrgicos e é considerada invasiva. Ela consiste em remover uma cunha lateral da tíbia e preencher o espaço vazio com material sintético. Quando a deformidade for aguda, é possível colocar uma prótese de joelho como uma forma de cirurgia definitiva.
Como é o tratamento pós-operatório?
Depois da operação, o paciente deve ficar em repouso no hospital durante um período estimado entre dois a cinco dias.
Com a fixação interna da estrutura, o paciente pode iniciar os tratamentos de reabilitação e fisioterapia, possibilitando uma recuperação mais rápida. Nas três primeiras semanas de fisioterapia, as sessões devem ser leves e sem pesos, com a realização de radiografias para acompanhamento médico.