O que é?
Espondilolistese é o deslocamento ou deslizamento para frente ou para trás de uma vértebra da coluna vertebral sobre a vértebra de baixo, ou seja, uma sobre a outra. Esse deslocamento pode provocar dores nas costas.
É uma doença de caráter progressivo, principalmente nos adultos jovens, e que leva à degeneração do disco intervetebral. Ela pode afetar qualquer parte da coluna, mas geralmente ocorre na coluna lombar.
Quais as causas?
Várias causas podem levar ao desenvolvimento da espondilolistese, sendo considerada como multifatorial. A espondilolistese também é classificada de acordo com a sua causa.
Lesões ocorridas na infância, anormalidades de formação das articulações de origem congênita é uma das causas principais de espondilolistese na infância e adolescência.
O envelhecimento pode levar ao desgaste das articulações e degeneração da coluna. Os traumas causados por fraturas e neoplasias também podem levar ao desenvolvimento da doença.
Qual é o grupo de risco?
Fazem parte do grupo de risco crianças e adolescentes na faixa etária de 8 a 20 anos. Além disso, adultos acima dos 60 anos apresentam uma maior predisposição à espondilolistese devido ao envelhecimento natural.
Indivíduos que apresentam cifose também tem uma predisposição a ter a doença.
Os praticantes de esportes de contato físico, como futebol americano e lutas, fazem parte do grupo de risco. Praticantes de esportes onde há movimentos de hiperextensão lombar, como o remo, levantamento de peso e ginástica olímpica, estão entre os mais acometidos. Isso ocorre devido a possíveis microtraumas causados pela repetição dos movimentos (estresse).
Quais os sintomas?
Em crianças geralmente ela é assintomática, ou seja, sem sintomas. Dentre os sintomas mais referidos, a dor é o sintoma principal.
A dor lombar e a dor ciática estão presentes na maioria dos casos, além da dor nas pernas ao caminhar. Outros sintomas referidos são formigamento e encurtamento dos músculos posteriores (atrás) das pernas. Ainda pode ser observada a incapacidade de andar.
Alguns pacientes podem apresentar uma perda de força e de coordenação nos movimentos, o que indica uma alteração neurológica de caráter sensitivo e motor.
Como é determinado o diagnóstico?
O diagnóstico deve ser realizado pelo médico ortopedista especialista em coluna e deve ser baseado na avaliação clínica. Na avaliação clínica o médico obtém informações do paciente como idade, se houve algum trauma como a queda, se o mesmo pratica esportes, se há queixa de dor e em qual local e intensidade. Ao exame físico devem ser realizadas manobras de extensão lombar, além da palpação, o que permite verificar se há ou não um degrau entre as vértebras.
Para um diagnóstico mais preciso o médico pode solicitar a realização de exames de imagem. O raio-X possibilita avaliar em que nível da coluna houve acometimento, o grau da lesão e a instabilidade provocada. A tomografia computadorizada possibilita avaliar se houve alguma possível fratura. Já a ressonância magnética possibilita avaliar se houve comprometimento dos nervos e lesões nos discos interveterbrais.
Um diagnóstico preciso é de extrema importância para se excluir outra doenças que podem afetar a coluna, como dor ciática e a lombalgia.
Determinado o diagnóstico, qual o tratamento mais indicado?
O tratamento mais indicado para a espondilolistese é o conservador. Ele tem como objetivo melhorar o quadro de dor, restabelecer a amplitude dos movimentos e fortalecer e estabilizar os músculos espinhais. Esse tratamento consiste no uso de medicamentos anti-inflamatórios, relaxantes musculares e analgésicos.
O médico também pode indicar o uso de uma órtese lombar (colete) para estabilizar a coluna, bem como a prática esportiva limitada. Conforme houver melhora do quadro, a prática da atividade pode ser aumentada. Além disso, podem ser indicados a fisioterapia, que visa o alívio da dor e o fortalecimento muscular, e a acupuntura, também para o tratamento da dor.
Tratamento cirúrgico
Nos casos onde não houver melhora com o tratamento conservador, com persistência de dor e alterações neurológicas, pode ser indicado o tratamento cirúrgico. Esse tipo de tratamento geralmente é mais indicado para indivíduos mais jovens.