Coluna

escoliose

O que é?

A Escoliose é uma patologia que causa a curva anormal dos ossos da coluna vertebral (que devem ser retos se vistos de frente), fazendo com que eles fiquem curvos para a esquerda ou para a direita em um formato de “S”. O diagnóstico da doença é mais comum do que se imagina, sendo notado em até 3% da população geral e alvo de inúmeras campanhas de saúde pública.

Quais as causas?

Existem três tipos de escoliose: a congênita, formada por questões de nascença; a escoliose neuromuscular, causada por doenças neurológicas, como paralisia cerebral, distrofia muscular e poliomielite; e a idiopática, responsável por cerca de 80% a 85% e sem causa aparente, mas sabe-se que está associada a fatores genéticos, hormonais e possivelmente hereditários. É notável que anomalias genéticas como a Síndrome de Down também estão ligadas ao surgimento da doença.

A patologia está profundamente ligada com o “estirão” sofrido pelas crianças na adolescência, já que durante esse tempo pode ocorrer o aumento do grau de angulação da coluna, onde de 0º a 10º é considerado normal, de 10º a 20º necessita de fisioterapia, de 20º a 30º graus também, mas com o uso de um colete ortopédico ou de Milwakee e de 30º a 40º só é possível tratar com o colete. Em casos graves da doença com angulação de 40º a 50º graus, é necessário realizar cirurgia.

No caso da Escoliose Idiopática Juvenil, ela ocorre mais em meninas que em meninos, mas não é possível distinguir um fator único (pois “idiopática” entre a comunidade médica, significa causa desconhecida ou indeterminada) que contribua para a ocorrência maior em meninas. O que se pode dizer é que a puberdade precoce em meninas e as transformações físicas maiores que nos meninos, influenciam na ocorrência de escoliose, e que o ano anterior a 1ª menstruação (menarca), também aumenta as chances.

Quais os sintomas?

No início da doença, a escoliose é assintomática, ou seja, não apresenta nenhum sintoma, dessa forma, o paciente só vai começar a sentir dor na idade adulta. Uma forma de identificar a patologia é prestando atenção em alguns sinais, como: ombros ou quadris assimétricos; coluna vertebral encurvada para um dos lados de modo anormal; uma perna maior que a outra ou inclinação corporal para um lado específico.

Como é feito o diagnóstico?

É importante a criança acompanhar um ortopedista especialista em coluna desde pequena para que seja possível avaliar a postura corporal e o comportamento da escoliose caso ela tenha. Em todo o caso, se os pais suspeitarem de algo ou se a criança estiver sentindo dor na coluna, é importante procurar ajuda de um especialista, pois ela pode estar sofrendo de doenças mais graves.

Na consulta, o ortopedista especialista em coluna       vai analisar uma série de questões, como o histórico médico individual e familiar da criança (para verificar a presença de escoliose na família), um breve relato sobre a rotina dela e se ela apresenta algum sintoma. Com base nesses dados, o médico fará então o exame físico, onde ele vai pedir para a criança se inclinar em 90º para verificar possíveis deformidades na coluna.

É imprescindível que o médico peça exames de imagem para avaliar com maior exatidão a possibilidade de escoliose no paciente. Ele pode pedir exames como radiografias (que devem ser feitos rotineiramente), tomografia computadorizada e até mesmo ressonâncias magnéticas.

Achando o diagnóstico, qual é o melhor tratamento?

O tratamento depende de uma série de fatores, como a causa da escoliose, o tamanho e a localização da curvatura. Se ela for acentuada entre 20º e 40º, é possível realizar a recuperação por meio de tratamento conservador; agora, se a curvatura estiver entre 40º e 50º, a cirurgia se faz necessária.

No caso do tratamento sem a necessidade de cirurgia, ele é composto de uma série de sessões de fisioterapia e RPG (Reeducação postural Global) e do uso do colete de Milwaukee (um dos mais famosos), que ajuda a retardar a progressão da curva, mas não a reverte.

No caso dos tratamentos cirúrgicos, eles são recomendados principalmente quando a curva é maior que 40º e continua a crescer. Por isso que antes de realizar a cirurgia, é preciso estudar e avaliar o exame físico do paciente. Uma das formas de cirurgia em adultos é a cirurgia de fusão espinhal, que consiste em colocar placas e pinos para evitar a progressão da escoliose. A operação dura cerca de três a cinco horas com o auxílio de equipamentos especiais que monitoram a função neurológica.

No caso de crianças com escoliose severa, é necessário realizar a cirurgia corretiva, que consiste em colocar barras de crescimento que controlam o crescimento vertebral e corrigem parcialmente a escoliose. Contudo, existem uma série de cirurgias recomendadas para diferentes tipos de pessoas e com inúmeros objetivos.

Informações de recuperação e pós-operatório

Nos casos de cirurgia, o paciente deve começar a sentar na cama logo no dia seguinte a cirurgia e iniciar caminhada no segundo dia; o tempo de internação pós-cirúrgica gira em torno de três a quatro dias. O paciente deve retomar o trabalho ou os cursos entre duas semanas e um mês, mas deve ficar terminantemente afastado dos esportes por um tempo estipulado pelo ortopedista, que em alguns casos é de quatro a seis meses.

Os primeiros seis meses são compostos de idas e vindas ao ortopedista especialista em coluna para verificar a consolidação óssea com exames como radiografias, eventualmente mudando apenas para uma consulta por ano.

Em geral, os pacientes podem retomar suas atividades normalmente e no caso de mulheres não há complicações médicas para engravidar. Lembrando que todo o tratamento deve ser recomendado e passar pelo aval de um médico responsável, para evitar que ocorram negligências.

Responsável Técnico

Dr Sergio Kishio Morioka - CRM 44853
Bacia - Quadril – Joelho
Cargo na clínica