O que é?

O pé chato ou pé plano é uma alteração no formato dos pés, onde ocorre a diminuição do arco plantar, diferentemente do que ocorre com o pé cavo, onde há o aumento do arco plantar. Devido a esta diminuição, quando o indivíduo fica em pé a planta do pé toca o chão por inteiro.

O pé plano está presente nos bebês devido ao arco do pé não ser desenvolvido e por causa da maior quantidade de gordura nos pés, e pode persistir em crianças de até 4 anos de idade. A partir dessa idade, em algum momento da vida o pé plano pode limitar o desempenho de atividades como caminhar e a prática de esportes como a corrida.

Quais as causas?

Fatores como hiperfrouxidão ligamentar e lesões traumáticas nos pés, além do histórico familiar de pé chato predispõe ao desenvolvimento do mesmo.

O formato plano dos pés pode ser observado em indivíduos que tiveram algumas doenças neurológicas como a poliomielite e a paralisia infantil. Doenças como a diabetes e a artrite reumatóide podem levar ao desenvolvimento do pé chato em adultos por provocarem alterações em ligamentos e tendões.

Qual é o grupo de risco?

Fazem parte do grupo de risco os indivíduos com idade avançada devido à predisposição a alterações ósseas e frouxidão dos ligamentos e tendões.

Pessoas que possuem doenças reumáticas também podem apresentar o pé plano pois essas doenças podem levar a uma ruptura dos tendões.

Quais os sintomas?

A grande maioria dos indivíduos que tem o pé plano não apresentam dor.

As crianças que possuem uma hiperfrouxidão ligamentar geralmente apresentam dor muscular principalmente na parte posterior das pernas, além da dor no tornozelo e pé. Também podem apresentar uma sensação de cansaço (fadiga) nas pernas e pés devido ao esforço realizado em suas atividades.

Nos casos mais graves, além do quadro de dor, pode haver um desequilíbrio mecânico da marcha, que é o movimento realizado durante a caminhada. Isso interfere na realização de atividades como caminhar e prática de atividades esportivas que exijam movimentos de corrida. Além disso, devido ao desequilíbrio, há uma probabilidade maior do indivíduo sofrer quedas.

Como é determinado o diagnóstico?

O diagnóstico deve ser realizado pelo médico ortopedista por meio de exame clínico. No exame o médico deve obter informações sobre o histórico do paciente, como presença ou não de doenças neurológicas e reumáticas que podem predispor a mudança do formato do pé.

Com relação ao formato, o paciente deve relatar se houve piora da deformidade, como ocorre nos casos onde o indivíduo sempre teve o pé chato.

O exame físico inclui a avaliação do pé, bem como a observação da mecânica do pé ao caminhar. Outro meio que pode ser utilizado é a avaliação do padrão gasto da sola do sapato, o que ajuda na determinação do padrão de pisada.

Para se determinar um diagnóstico mais preciso, o médico pode solicitar o exame de raio-X, o que possibilita também a identificação de alterações ósseas. Quando o médico suspeita de alterações nos tendões e ligamentos, podem ser solicitados exames de imagem como, a ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética.

Determinado o diagnóstico, qual o tratamento mais indicado?

O tratamento mais indicado é o conservador, que consiste na administração de antiinflamatórios nos casos onde o paciente apresenta dor e uma grande frouxidão ligamentar.

Antigamente para o tratamento de pé chato em crianças era indicado o uso de botas ortopédicas, o que não surtiu muito efeito, pois muitas crianças permaneciam com a alteração no formato do pé. Hoje em dia o uso de botas ou palmilhas (órteses) só é indicado em alguns casos, principalmente naqueles onde o paciente tem muita queixa de dor. As órteses devem ser feitas de forma personalizada, e não promovem a cura do pé plano.

Também são indicados a perda de peso para a diminuição de pressão exercida no pé e fisioterapia para alívio de dor e para melhorar o alongamento e promover o fortalecimento da região plantar.

O uso de calçados específicos para esse tipo de formato do pé auxiliam na realização das atividades como, por exemplo, a corrida. É indicado caminhar com os pés descalços em terrenos irregulares como areia, grama e cascalho, pois ajudam a melhorar a curvatura plantar.

Tratamento cirúrgico

O tratamento cirúrgico é indicado quando não houve melhora com o tratamento conservador e para os casos de pés planos mais graves ou quando há uma associação à lesão nos tendões e ligamentos, sendo geralmente indicada para os indivíduos acima dos dez anos de idade.

Várias técnicas podem ser utilizadas e tem como finalidade a correção da deformidade, possibilitando ao paciente a realização de suas atividades.

Informações de recuperação

Após a cirurgia o paciente o paciente utiliza gesso pelo período aproximado de oito semanas, sendo que os pontos são retirados em média após duas semanas. Depois que o gesso for retirado pode ser indicado o uso de palmilhas específicas. Além disso, a reabilitação deve ser feita por meio da fisioterapia.

Responsável Técnico

Dr Sergio Kishio Morioka - CRM 44853
Bacia - Quadril – Joelho
Cargo na clínica