O que é?

O tendão de Aquiles, também conhecido como tendão do calcâneo, é o maior tendão presente no corpo humano, podendo suportar forças maiores do que 450Kg. Ele é formado por um cordão fibroso e se localiza na região posterior do tornozelo, abaixo da panturrilha, ligando o músculo da panturrilha ao calcanhar.

O aumento da tensão no tendão pode levar a uma lesão no tendão de Aquiles. Essa lesão ocorre mais freqüentemente em atletas profissionais, mas também pode acometer os popularmente conhecidos atletas de fim de semana.

A lesão no tendão calcâneo pode ocorrer na forma de um estiramento ou até mesmo como uma ruptura parcial ou total do tendão, sendo a ruptura total mais freqüente do que a parcial. Além disso, a lesão geralmente ocorre no início da movimentação realizada durante as atividades.

Quais as causas?

A lesão no tendão de Aquiles geralmente é causada pelo uso excessivo do tendão, gerando um estresse no mesmo, principalmente quando há o aumento do nível de atividade física de forma rápida.

O entorse de tornozelo que pode ocorrer com ou sem contato físico é outra causa que pode levar à lesão do tendão de Aquiles. A falta de aquecimento e alongamento antes da prática da atividade física são fatores que contribuem para a ocorrência da lesão do tendão.

Outras causas estão relacionadas à lesão do tendão calcâneo, como a degeneração do tendão e a fraqueza e o encurtamento tanto do músculo da panturrilha quanto do tendão de Aquiles. Esse encurtamento é observado nas mulheres que fazem uso freqüente de salto alto e quando utilizam sapatos baixos ocorre um aumento na tensão do tendão, o que pode levar à lesão.

A lesão do tendão calcâneo pode ocorrer como uma conseqüência de outra doenças, como a tendinite do calcâneo.

Qual é o grupo de risco?

O grupo com maior risco de sofrer uma lesão no tendão de Aquiles é formado por praticantes de atividades esportivas, tanto profissionais como amadores.

Dentre os tipos de esporte, os que mais oferecem risco são aqueles onde há movimentos de salto, corrida e de arranques com parada brusca, como no futebol, corrida, tênis, basquete e dança.

A lesão no tendão de Aquiles ocorre com mais freqüência em pessoas com idade entre 30 a 40 anos, sendo que os homens são mais acometidos do que as mulheres.

Quais os sintomas?

O sintoma mais comum é a dor aguda que ocorre de forma súbita na parte de trás da panturrilha e do tornozelo, como se houvesse levado uma pedrada. Se houver dor no calcanhar pode ser um indicativo de outra doença, como a fascite plantar.

Quando ocorre a lesão é possível se escutar um som alto, como se fosse um estalo e observa-se uma depressão um pouco acima do calcanhar.

Além da dor, o paciente apresenta inchaço no local, hematoma e rigidez. O enfraquecimento da panturrilha é notado, impossibilitando que a pessoa caminhe normalmente e fique na ponta do pé.

Como é determinado o diagnóstico?

O diagnóstico deve ser feito com base no relato do paciente e na realização de exame físico pelo médico ortopedista.

O médico deve solicitar que o paciente tente andar e ficar na ponta dos pés para avaliar se há uma possível lesão no tendão de Aquiles, pois nesses casos o paciente não consegue fazer esses movimentos. O teste de Thompson também deve ser realizado. Nesse teste o paciente deverá ficar deitado de barriga para cima e o médico deve apertar o músculo da panturrilha dos dois lados. Se não houver o movimento do pé pode ser um indicativo de ruptura total do tendão de Aquiles.

O médico também deve observar a presença de uma depressão no local onde houve a ruptura do tendão de Aquiles, além do inchaço.

Para uma melhor avaliação da lesão e para determinar o melhor tratamento a ser feito pode ser solicitada a realização de ultrassonografia e ressonância magnética.

Determinado o diagnóstico, qual o tratamento mais indicado?

O tratamento mais apropriado vai depender da idade do paciente, do grau da lesão e do nível de atividade praticada pelo indivíduo.

Na maioria dos casos, para os pacientes mais jovens e ativos é indicada a cirurgia de reparação, pois permite uma recuperação mais rápida. Já para os pacientes com mais idade e menos ativos geralmente é feito o tratamento conservador, que oferece menos riscos do que a cirurgia, como possíveis infecções, mas a recuperação ocorre de forma mais demorada.

O tratamento conservador, geralmente indicado nos casos de estiramento e rupturas parciais do tendão, promove a cicatrização natural do tendão. Nesse tipo de tratamento é recomendado o uso de órteses que elevem o calcanhar como o uso de tornozeleiras e meia palmilha de silicone e até mesmo a imobilização com o uso de bota ortopédica ou bota gessada com salto.

O paciente deve evitar subir escadas, caminhadas superiores a 500 metros e colocar o peso sobre o lado afetado. O médico pode indicar o uso de analgésicos e antiinflamatórios. Pode ser feito gelo no local da lesão e o uso de muletas pode ser indicado, bem como o tratamento fisioterápico.

Tratamento cirúrgico

O tratamento cirúrgico deve ser realizado principalmente nos casos onde houver ruptura total do tendão. O procedimento é feito com anestesia local.

É feita uma incisão na lateral do tornozelo seguida de sutura das extremidades onde ocorreu a ruptura.

Após a cirurgia é permitido que se apóie o peso depois de 6 semanas. O retorno à atividade deve ocorrer após 4 a 6 meses. O paciente deve fazer uso de muletas.

A fisioterapia deve ser realizada com finalidade antiinflamatória no início e para a melhora da circulação sanguínea do local, o que promove a cicatrização mais rápida. Posteriormente, devem ser realizados exercícios para fortalecimento da musculatura e de propriocepção.

Responsável Técnico

Dr Sergio Kishio Morioka - CRM 44853
Bacia - Quadril – Joelho
Cargo na clínica